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sexta-feira, novembro 23, 2012

A ESCOLA NA BERLINDA: IMPRESSÕES, DEBATES, PONTOS DE VISTA...

Há que se achar um culpado para os problemas da Educação.  Cada um no seu posto, apontando o dedo em uma direção. Uns dizem que a culpa é dos governantes, que não investem adequadamente na área; que mascaram a realidade, visando apenas colher frutos dos investimentos externos por conta dos resultados; que não valorizam os profissionais relegando-os a um segundo (quiçá, terceiro) plano; que institui normas que dão muitos direitos e poucos deveres aos estudantes e, além disso, há a polêmica instaurada quanto aos "bons" frutos da Progressão Continuada x Aprovação Automática (o aluno vai passando de uma série/ano para outra(o) sem dominar o conteúdo/o conhecimento, com déficits de aprendizagem que serão cobrados lá na frente, num futuro não tão distante...).
Outros dizem que a culpa é dos professores, que estão chegando nas escolas mal preparados, com uma péssima formação e, a partir dessa afirmação, culpam as Instituições de Ensino Superior pela má qualidade do ensino oferecido. Atribuem aos professores também a culpa pelo mau desempenho do aluno, pela derrocada do ensino (que o diga o senhor Gustavo Ioschpe, economista, articulista da revista Veja e, atualmente, "repórter"(?) do Fantástico para assuntos educacionais). Vale salientar que, nesse ponto, para muitos não há o que questionar: ao professor cabe ensinar e isso independe do fato do aluno querer ou não, afinal, ele ganha para isso -, e ao aluno cabe aprender (ou, na pior das hipóteses, "estar" na escola, uma vez que apenas a sua frequência garante as "bolsas" - política assistencialista do governo), e, não obstante, oferecer um ensino de qualidade é prerrogativa da escola.
Há quem diga  que a culpa é dos pais, que por conta do trabalho, da falta de tempo, não se atentam para a vida escolar dos filhos. A desestrutura familiar é um ponto importante a ser destacado e, na maioria das vezes, é fator relevante que influencia o aproveitamento e o comportamento do aluno na escola.
Há ainda quem culpe o grupo gestor da escola, os funcionários, o presidente da república, o prefeito, os vereadores, os deputados, os senadores, o presidente dos Estados Unidos, o Papa... e qualquer um que estiver na mira.
Será que existe mesmo um "culpado"? Apenas um ou vários culpados? 
Aqui nesse Blog ou nas redes sociais das quais participo, normalmente as postagens contém as visões dos professores ou profissionais da área, no entanto vou abrir nesse momento um espaço para vislumbrar a visão de alguns alunos acerca dos problemas da Educação, das escolas de maneira geral.
É preciso informar que, por motivos de saúde, precisei me ausentar das aulas no quarto bimestre por um período de trinta dias e sei que esse afastamento desencadeou um sério transtorno, haja vista que, por mais que o grupo gestor se empenhasse, não conseguiu atribuir essas aulas. Enfim, propus, então,  uma atividade de autavaliação. Aos alunos foram passadas as notas do primeiro, segundo e terceiro bimestre, apenas servindo como mais um indicativo de análise de sua evolução (ou não) no processo de ensino e aprendizagem. Assim, além da justificativa da nota, pedi que abordassem o contexto escolar ao qual estão inseridos (EE Maurício Montecchi - Pitangueiras - SP.) e a visão deles sobre os problemas que vivenciam diariamente: os prós, os contras; os defeitos e as qualidades e o que pode ser feito para se ter uma escola melhor, uma Educação de qualidade. É sabido que muitos problemas não são exclusivos desta ou daquela escola, mas sim de todo o contexto da rede pública de ensino, em maior ou menor grau. 
O próprio Currículo do Estado de São Paulo orienta para que se dê voz aos nossos alunos, os quais devem se tornar cidadãos críticos e conscientes do seu papel na sociedade. Eu acredito na formação global do aluno e na escola como referência para disseminação do conhecimento.  
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1º Aluno: Anselmo Duartte Dourado Ramos - 3ª série B - Ensino Médio (período: manhã)
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Silvana Maria Moreli
Notas:
1º Bim.: 10
2º Bim.: 10
3º Bim.: 10
Autoavaliação: 4º Bim.: 9

     Em uma escala de zero a dez, em Língua Portuguesa, eu mereço ficar com a média bimestral 9, porque neste bimestre, além de ter sido conturbado, não mostrei o meu potencial característico dos bimestres anteriores. A nota 9, no entanto, é dada pela minha preparação para os vestibulares nessa disciplina, além do treinamento em redações.
     Dessa forma, mesmo com um bimestre conturbado, os poucos dias em que a professora deu aula, mostrou toda a sua capacidade nas aulas dadas, porém, estas foram, muitas vezes atrapalhadas pelos próprios alunos que ainda não compreenderam o valor dessa disciplina em nossas vidas.
     Esta ousadia dos alunos em todas as aulas, pode ser resultado da ação da escola que procura "remediar" isso. É claro que a escola, em seu âmbito, é ótima, por sua infraestrutura, pelos laços de amizade, pelos professores capacitados, porém, algo está "manchando" a imagem desta Instituição de Ensino: de um lado os alunos e do outro, principalmente, a falta de "pulso firme" dos diretores no momento em que é exigida uma atitude mais enérgica. Não digo isso com relação a cobrar o uso de uniforme, mas na ação de minimizar o problema e não de aumentá-lo, como está acontecendo.
     O que se sugere é mais ação e menos conversa, pois esta escola não merece, pelo seu passado cheio de glórias, ser desmoronada por nós, os próprios alunos.
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2ª aluna: Henriana Roza Cândido - 3ª série B - Ensino Médio (período: manhã)
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Silvana Maria Moreli
Notas:
1º Bim.: 7
2º Bim.: 7
3º Bim.: 5
Autoavaliação: 4º Bim.: 10
     
     Mereço a nota 10 no 4º bimestre pelo simples fato de que...
     Tive que prestar todos os vestibulares que prestei sem ter aula digna de Português nos três anos do Ensino Médio. Fui muito bem colocada em todas as provas, mesmo sem as aulas, somente com meu esforço e dedicação nas interpretações de texto que não eram fáceis.
     Pois, professor que gosta do que faz vem dar uma aula maravilhosa sem pensar no que vai ganhar futuramente, porque muitos só se formaram em Licenciatura por não ter alternativas e, na hora de exercer seu cargo, só faltam às aulas....
     De que adianta nossa escola ter beleza, salas novas, sala de multimídia e um jardim encantador se não tem qualidade? Os próprios administradores da escola nunca colocaram seus filhos em escola pública, por que será? Eles mesmos sabem da falta de qualidade da escola pública. É falta de credibilidade dos administradores em sua escola. 
     Trabalho em uma escola particular com a minha mãe, que é diretora da mesma e nem por isso estudo lá, pois acredito no meu país e sei que pode haver mudanças. 
     Bom... Isso é  o que mais me revolta: saber que hoje em dia todos só pensam no que vão ganhar futuramente e não trabalham por amor, não trabalham naquilo que realmente gostam. Independe se o governo está errado com relação ao baixo salário que paga a seus professores, o fato é que ninguém acredita no país que mora, ninguém luta pelos seus ideais, só esperam vir até eles. Infelizmente é assim, e quem paga por tudo isso na hora dos vestibulares somos nós, alunos!
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3º aluno: Marcos Vinícius da Silva - 3ª série B - Ensino Médio (período: manhã)
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Silvana Maria Moreli
Notas:
1º Bim.: 10
2º Bim.: 6
3º Bim.: 7
Autoavaliação: 4º Bim.: 6

     A minha nota do 4º bimestre deve ser 6 porque nessa etapa do ano eu não me esforcei muito, inclusive, várias atividades passadas em sala de aula eu não realizei, mas, por outro lado, participo bastante das aulas, me esforço para aprender sempre mais e sempre presto a atenção nas explicações, questões e argumentações da professora, aliás, eu adoro as aulas da professora Silvana - são aulas com bastante conteúdo, bem explicadas e bem diversificadas, até porque, a meu ver, a disciplina que eu mais tirei proveito foi essa (Língua Portuguesa).
     No mais a escola não esteve muito bem, como por exemplo, com relação a algumas disciplinas que não foram tão proveitosas como Química e Física, das quais aprendemos bem pouco. Outro problema é com relação à disciplina de Educação Física: falta de material para fazer as aulas na quadra. 
     Outros problemas também surgiram em outras disciplinas, muitos deles por conta da falta de autoridade de alguns professores e, por outro lado, ficamos muitas aulas "de janela" por falta de professores. E, quanto a isso, não há muito o que fazer, pois atualmente há uma falta muito grande de professores substitutos.
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4ª aluna: Mariana Galo - 3ª série B - Ensino Médio (período: manhã)
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Silvana Maria Moreli
Notas:
1º Bim.: 10
2º Bim.: 10
3º Bim.: 10
Autoavaliação: 4º Bim.: 9

     Escolhi essa nota porque me preocupo com as atividades e trabalhos da escola, apesar de não ser uma aluna-modelo, pois, confesso, sou preguiçosa. Não é algo de que me orgulhe, mas pretendo mudar isso no próximo ano. Eu não me daria nota 10 justamente por isso.
     Sobre as aulas de Português, certamente não tenho do que reclamar, a professora pegou "o bonde andando" e não teria como recuperar os dois anos que não tivemos aula de português. Ela fez o que pode. Talvez a matéria pudesse ter sido passada mais rapidamente, mas, talvez nem todos pensem assim e nem todos tenham a facilidade que eu tenho em Português. Felizmente, de maneira geral,  tivemos mais aulas esse ano do que nos anteriores. 
     A escola é esse problema: ir embora mais cedo, e apesar de não ser algo bom, não é como se não gostasse disso. A verdade é que me acostumei a não ter aula e, resumindo, fiquei acomodada com essa situação.
     A solução não vai ser encontrada aqui, e sim em leis mais firmes em relação à Educação no país.
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5ª aluna: Mariana Zago Lima - 3ª série B - Ensino Médio (período: manhã)
Disciplina: Língua Portuguesa
Professora: Silvana Maria Moreli
Notas:
1º Bim.: 10
2º Bim.: 10
3º Bim.: 10
Autoavaliação: 4º Bim.: 10

     Mereço essa nota porque ao longo do ano fui (de acordo com as condições) uma boa aluna. Procurei participar das aulas e fiz todas as atividades solicitadas, além disso, sempre que possível, estudei em casa para, de certa forma, complementar o que aprendia em sala de aula.
     Embora não tenha feito mais do que a minha "obrigação" como aluna, acredito ser uma nota justa. Portanto, manteria 10 no quarto bimestre.
     Com relação à escola, minhas críticas são, em sua maioria, a respeito de certas "cobranças" por parte de alguns professores (pouquíssimos). Entendo que muitos estão desmotivados, mas acredito também que entrar em sala de AULA e ficar sentado, só reclamando, não vai mudar muita coisa.
     Apesar de os alunos estarem, majoritariamente, descompromissados com a sua própria educação e futuro, ainda há aqueles que se preocupam com isso. É triste quando constato que alguns docentes "desistem" também dessa minoria.
     A respeito da falta de professores, não posso reclamar, afinal, não cabe à direção resolver. O problema é maior, toma dimensões pertencentes ao poder público e, infelizmente, depende também da participação da sociedade. Pais presentes, alunos conscientes e profissionais da educação  satisfeitos com as condições de trabalho.
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Obs.: Os textos acima só foram publicados porque seus autores permitiram. Outros textos contendo opiniões e críticas serão publicados  posteriormente. Aguardem! Porém, enquanto isso, se quiserem opinar sobre os posts aqui publicados, seus comentários/opiniões/sugestões serão bem-vindos!

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